quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Apresentação em Japaratuba
















Ainda choro!

e sem demorar lá estava eu num canto 
me fazendo ver, me fazendo rir 
e gostando de tanto encanto... 
mas eu choro e é de alegria, 
porque sei que a melodia 
tem pressa de se entregar... 
eu choro de satisfação 
pois não sei abandonar a força de um baião..
eu choro pela menina, 
que parte as vezes sem rima, 
sem nem um pedaço de pão, 
mas vejo nos olhos dela
que o que interessa é a fita que ela arrasta no salão!


por Carolina Maciel Xavier

Somos todos responsáveis!

Deveria existir um lugar onde a propagação de uma idéia, ou a realização cultural de uma história não tem preço, mas não preço a receber e sim preço a pagar... As quadrilhas juninas no nordeste por exemplo, são a manifestação cultural de um povo, a conscientização popular da massa, essa que transporta pra dança, pra música sua vida, sua luta! Como essa manifestação se mantém sem apoio, eu pergunto, como podemos deixar propagar a beleza dos festejos de Sã João sem verba, sem recurso... a quem interessar, precisa-se de som e um som bom... precisa-se de músicos para o ensaio, precisa-se de água para trupe e nem isso há de se ter por causa do preço a pagar. Cultura devia ser de "graça", é de graça pra se ver, que seja grátis fazer, mas não é assim, desde tempos remotos quando um dia a Cangaceiros por exemplo chegou ao campeonato Nacional, o fez como, porque dispunha de muito mais recurso que provém hoje...


A alienação da sociedade que crítica também a mantém de pés e mãos atados, parece, porque a impossibilita de ajudar.

A difusão da ideologia cultural não é papel só dos organismos públicos, esses são peça chave para a construção e o desenvolvimento das comunidades que divulgam e mantém valores culturais de um lugar, de um tempo, porém não podem ser solitariamente responsabilizados, é aí que entra o papel da sociedade, de instituíções financeiras e empresas públicas e privadas, exercer a cidadania apoiando e permitindo que algo mais aconteça, subsidiando recursos para que os jovens possam continuar incluídos nos sistemas e comunidades que os amadurecem acima de tudo!

Dividir as responsabilidades e encontrar os RESPONSÁVEIS, talvez assim grupos de dança como a Quadrilha Junina Cangaceiros da Boa possam ser novamente protagonistas de sua própria história.
 
Por Carolina Maciel Xavier